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Presidente do Cendhec participa de seminário internacional sobre povos indígenas e quilombolas

Nesta quarta-feira (24), o presidente do Centro Dom Helder Camara de Estudos e Ação Social, Manoel Moraes, participou do seminário internacional Resistência dos Povos Indígenas e Quilombolas durante a Pandemia da Covid-19, organizado pela Cátedra Unesco Unicap Dom Helder Camara de Direitos Humanos, pelo Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra (CES-UC) e pela Rede de Monitoramento de Direitos Humanos dos Povos Indígenas em Pernambuco. Representando a Remdipe, o professor e advogado apresentou o relatório Estratégias de Enfrentamento ao Novo Coronavírus entre os Povos Indígenas em Pernambuco.

Durante o encontro online, foram debatidas as estratégias de enfrentamento à crise sanitária que fortaleceram a autogestão e o direito à autonomia desta população. “Os povos indígenas de Pernambuco atuaram de forma coordenada desde o início da pandemia, quando criaram barreiras sanitárias, mesmo enfrentando todos os tipos de discriminação e violência que existem contra os mesmos”, explica o coordenador da Cátedra. “Foram feitas atividades no campo da Secretaria Especial de Proteção Indígena, no âmbito do Ministério da Saúde, que garantiram o acesso a insumos para essa população — equipamentos de proteção individual e materiais sanitários –, como também houve processo de vacinação em massa dos índios do estado de Pernambuco. Mas, ao mesmo tempo, conforme podemos observar no relatório que apresentamos hoje em Coimbra, foi de extrema importância a ação da comunidade e a sua noção coletiva da saúde para passar por este momento de dificuldade.”

De acordo com Manoel, um dos principais objetivos da Remdipe é dar visibilidade à luta dos povos indígenas, impedindo seu apagamento e aproximando da construção de políticas públicas. “Nós temos muito a aprender com os povos indígenas. Precisamos reconhecer que eles estão à frente na luta contra a crise sanitária. A sua história e relação com a natureza faz com que eles possam entender a necessidade de se organizar e lidar com o problema pela frente para conseguir, a partir do território, estabelecer padrões de conduta e prevenção, que garantiram uma menor infecção nas comunidades”, explica. “Esse relatório é, na verdade, uma homenagem as suas estratégias de enfrentamento. Participar do seminário foi bastante significativo, porque podemos trazer para o âmbito europeu, a um centro de excelência que estuda diversas relações de direitos humanos, um levantamento de altíssimo nível, um debate altamente qualificado e que renderá frutos nessa luta para dar visibilidade aos povos indígenas.

Além de Manoel, participaram como palestrantes Nadejda Marques, investigadora em pós-doutoramento do CES, que apresentou algumas experiências de resistência dos povos indígenas nos Estados Unidos; Renato Athias , professor do Programa de Pós-Graduação em Antropologia da UFPE, elucidando sobre as relações interétnicas no enfrentamento ao novo Coronavírus entre os povos indígenas; Dr. Dirceu Rodolfo de Melo Júnior, presidente do Tribunal de Contas do Estado de Pernambuco, falando sobre a cooperação universidade, Tribunal de Contas e povos indígenas no Estado de Pernambuco; e Patrícia de Menezes Cardoso, doutoranda do CES que trouxe a experiência dos povos indígenas e quilombolas no enfrentamento da pandemia na região de Ubatuba.

Para saber mais detalhes sobre o relatório, acesse indigenascontracovidpe.com.

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