
Comunicação comunitária e política de salvaguarda para organizações populares são motes do Cendhec na Semana Dom Helder Camara de Direitos Humanos
Na tarde da última quinta-feira, 28, o Cendhec integrou a programação da 4ª Semana Dom Helder Camara, na Universidade Católica de Pernambuco (Unicap), ocupando o Auditório Dom Helder. As ações, abertas ao público, reuniram a equipe institucional, coletivos e organizações comunitárias e alunos da universidade, para debates fortalecedores.
O primeiro momento foi o Seminário de apresentação e entrega da política de salvaguarda do Projeto Criança Urgente (PROCRIU), desenvolvida no curso “Cuidar de quem cuida: Fortalecendo as ações de salvaguarda das organizações de base comunitária na AOR com foco na proteção de crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade socioambiental”, através do projeto Adveniat.

A formação foi realizada entre março e junho deste ano, com profissionais do Pina e adjacências que atuam em ações socioeducativas com meninas e meninos. Valorizando a troca de experiências, os encontros objetivaram a construção de documentos institucionais de salvaguarda para promoção de transparência e fortalecimento, pautando a atuação direta com as infâncias e adolescências e o enfrentamento de possíveis violações de direitos humanos.

Na ocasião, o documento foi entregue a fundadora do PROCRIU, Irmã Anatília, pelo coordenador de programa Luis Emmanuel, pelo coordenador geral Manoel Moraes, e pela presidenta do conselho diretor do Cendhec, Célia Trindade. Irmã Anatília destacou o trabalho realizado pela organização, realçando a dimensão do cuidado com os agentes de proteção de meninas e menino.
Seguindo com a construção de pontes e o cruzamento entre saberes, o segundo momento da tarde foi a Apresentação do mapeamento e diagnóstico “Ancestralidade, Comunicação Comunitária e Justiça Socioambiental: Expressões de Mulheres e Jovens nas RPAs de Recife”, desenvolvido pelas Geógrafas e Mestrandas em Climatologia Geográfica, Sara Cordeiro e Maria Eduarda Pitombeira, com a orientação da Profª Drª Cristiana Duarte, numa parceria entre o projeto de extensão TIG Periferia, da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), e Cendhec.

As mestrandas compartilharam o processo de desenvolvimento do material, desde a definição dos temas centrais, a coleta de informações, até a interpretação dos dados, propondo pontos de discussão com o resultado.
O mapeamento foi realizado em Redes de Comunicação Comunitária (RCCs) das Regiões Políticas Administrativas do Recife (RPA’s) 3, 5 e 6. Abrangendo, respectivamente, os seguintes territórios: Nova Descoberta e Córrego do Inácio; Caçote, Areias, Barro, Mangueira e Mustardinha; Ibura, Pina, Ipsep e Brasília Teimosa. A coleta de dados foi conduzida de forma remota, por meio de mapeamento online, na busca por palavras-chave em redes sociais.


A partir do levantamento apresentado, o encontro tencionou diálogo gerado no campo da comunicação, com apontamentos de Inácio França, editor da Marco Zero Conteúdo, e Luana Farias, jornalista do Centro. Os comunicadores levantaram reflexões sobre a importância do direito humano de acesso à informação e à comunicação, além de pontuar a necessidade da sustentabilidade para sobrevivência e fortalecimento de coletivos comunitários que reivindicam espaços de debate, dentro e fora das redes sociais.
O diálogo foi mediado por Luis Emmanuel, com proposições das assistentes sociais Cristinalva Lemos e Lorena Melo, além das contribuições de Cristina Duarte, na partilha de experiências, abrangendo a dimensão da climatologia.


O evento contou com a participação e partilha de moradoras e moradores de comunidades do Ibura de Baixo, Pina, Mustardinha, Mangueira e Nova Descoberta, bairros de atuação do Cendhec. Posicionando suas vivências, as pontuações de Patrícia Nogueira (da Comunidade da Linha/Sítio Santa Francisca), Augusto (de Brasília Teimosa), Anderson Costa/Gugu (da ZEIS Vila Independência, em Nova Descoberta) e Joelma Andrade (do Ibura de Baixo), foram fundamentais para enriquecer o diálogo. Elas e eles presenciam diariamente os impactos das injustiças socioambientais em seus territórios e utilizam meios de comunicação para acessar e produzir informações nos bairros.




Valorizando os saberes, o cruzamento entre áreas e vivências do conhecimento produziu desdobramentos potentes, que apontam caminhos de transformação das realidades, sobretudo ao reconhecer o fortalecimento mútuo das atuações. A construção de cenários justos, palpáveis e seguros é um caminho coletivo.

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