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Encontro pelo direito à água e ao saneamento promove incidência coletiva no Recife

Texto: Maria Clara Monteiro / Cendhec

Fotos: Maria Eduarda de Oliveira / Coletivo Revelar.si

O Encontro pelo Direito à Água e ao Saneamento, que aconteceu entre os dias 12 e 14 de setembro na capital pernambucana, reuniu organizações, movimentos e coletivos de todo o Brasil para troca de experiências sobre água e saneamento básico em municípios do Norte e Nordeste.

Encabeçado por Habitat para a Humanidade Brasil, a iniciativa objetivou a incidência coletiva para construção de políticas públicas. Além de discutir sobre a escassez do acesso a esses direitos e as formas em que as comunidades driblam a imposição do patriarcado hídrico em seus locais de moradia.

Encontro aconteceu no bairro da Boa Vista, no centro do Recife. Foto: Maria Eduarda de Oliveira / Coletivo Revelar.si

Em Pernambuco, por exemplo, apenas 42,9% dos domicílios recebem água todos os dias, segundo informações da Pnad Contínua – Características dos moradores e dos domicílios, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2023.

“Nos dias do seminário pudemos aprofundar essa problemática e as consequências das desigualdades que se somam nos corpos das mulheres negras. Os relatos de quem luta pelo direito à água e ao saneamento nos territórios foram muito impactantes ao trazerem à tona que, muitas vezes na disputa pela água de qualidade, têm como oponente grandes empresas, com a anuência do estado”, pontua Lorena Melo, assistente social do Cendhec, que esteve presente na atividade.

“A água, ou a falta dela, e o saneamento básico nas comunidades periféricas do Brasil, principalmente no Norte e Nordeste, são problemas sérios que precisam ser discutidos, visibilizados e cobrados tanto as gestões públicas quanto a recorrer ao sistema de justiça. São elementos essenciais à sobrevivência humana que estão sendo privatizados e perdendo cada vez a qualidade e as pessoas mais vulnerabilizadas estão deixando de ter acesso“, sinaliza Cristinalva Lemos, assistente social do Cendhec.

Já foi decidido pelo poder público, empresas e sistema político brasileiro quem vai viver e quem vai morrer, pois água é vida.

cristinalva lemos, assistente social do cendhec

As propostas de caráter popular que visam o fortalecimento político e popular dos territórios no Norte e Nordeste, como cita Lorena Melo, subsidiaram o lançamento do estudo “Com Sede de Esperança: como a violação do direito à água e ao saneamento impacta a vida das mulheres brasileiras”. A pesquisa apresenta dados sobre como a falta desses direitos impacta a vida da população, especialmente de mulheres negras e periféricas.

Acesse, aqui, o documento na íntegra.

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