Cendhec participa do seminário de comemoração dos 60 anos da Rádio Paulo Freire
Nesta quarta-feira, dia 09 de agosto, o Centro Dom Helder Camara de Estudos e Ação Social prestigiou o evento de comemoração das 6 décadas de existência da Rádio Paulo Freire. Com o mote “60 anos da Rádio que Paulo Freire sonhou: diálogo do passado com o futuro”, o seminário aconteceu no Miniauditório 2 do Centro de Artes e Comunicação (CAC), e teve a participação de figuras históricas para o veículo e para a educação, como Eliete Santiago, que conviveu com o pedagogo na década de 1980, sendo aluna e orientanda do mesmo. Hoje, Eliete é coordenadora da Cátedra Paulo Freire.
O dia foi uma ode à história de resistência da rádio escola, desde a “Rádio Universidade”, até a Paulo Freire. Criada em 1963, ela fazia parte do Serviço de Extensão Cultural (SEC) da, então, Universidade do Recife, atual UFPE e foi uma das ferramentas de propagação de cultura popular e educação. No ano seguinte, pós golpe militar, tanto o SEC quanto o veículo foram taxados de subversivos, algo que deveria ser combatido para a “descomunização” do país. Como estratégia, os ditadores decidiram não fechar o projeto, mas descaracteriza-lo completamente, afastando-o do seu objetivo inicial: um local de construção conjunta, voltada a participação popular.
Mas, com o fim da Ditadura, a rádio conseguiu se reestabelecer, com muita dedicação. Para contar esta história em detalhes, durante o seminário foram apresentados os resultados de uma pesquisa que, a partir de documentos oficiais e mais de 300 notícias coletadas em jornais da época, mostra o compromisso com a comunicação emancipatória.
Com mesas formadas por componentes da Rádio, rebatizada com o nome do mestre, a equipe técnica do veículo, composta por professoras, professores, alunas e alunos, foi apresentado, ainda, a experiência de funcionamento da emissora no modelo de rádio-escola.
Coordenadora de programação da Rádio e professora do departamento de comunicação da Universidade, Ana Veloso ressalta que os 60 anos do veículo diz respeito a décadas de resistência. “A Rádio Paulo Freire tem princípios como a transparência, a defesa dos direitos humanos, direitos da criança e do adolescente, que se aproxima também com as entidades, como o Centro Dom Helder Camara”, enfatiza. “A gente tem a missão de integrar os estudantes, os técnicos, os professores, a gestão da universidade junto à rádio. E de continuar levando nas nossas ondas, transbordando pras plataformas digitais, os ideais da educação inclusiva, libertadora, emancipatória de Paulo Freire”, afirma.
Outras novidades, durante o evento, também foram apresentadas, como o compromisso de realocar a Rádio, que hoje funciona atrás da reitoria, para o CAC, investindo em infraestrutura. Além disso, houve o anúncio da produção de uma Política de Comunicação, assinada pela UFPE, voltada à aproximação com a sociedade civil e prezando pela diversidade, no anticapacitismo e antirracismo.
Categorias
Posts recentes
Há Juízes em Roma: a hora da verdade
(Re)Existências: Direitos Humanos Pra quê?
Tags
AJUDE-NOS
Faça parte deste projeto doando