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Equipe do Cendhec celebra parceria com o Fundo Malala e Paula Ferreira como ativista e defensora da

No momento em que nos tornamos parceiros do Fundo Malala – instituição que apoia 53 organizações e 58 ativistas em 8 países – nós, do Centro Dom Helder Camara de Estudos e Ação Social, estamos felizes pela luta de Paula Ferreira encontrar lugar, acolhida e sinergia política com a trajetória de 30 anos do Cendhec pela defesa dos direitos de crianças e adolescentes e pelo direito à cidade. Enquanto coletivo institucional, conceber e amparar a realização do projeto Na Trilha da Educação. Gênero e Políticas Públicas para Meninas reforça nosso compromisso com o direito à educação pública, gratuita e de qualidade. Nos desafia a assumir o enfrentamento às desigualdades de gênero, atravessadas pela raça e classe, compreendendo como se dá, se perpetua e como afeta a vida e o pleno desenvolvimento de meninas. Compromissos que já perpassam outras iniciativas na nossa organização e que, com o projeto, se ampliam e, simultaneamente, nos fortalecem para uma atuação e intervenção social transformadora.

Por meio de uma pesquisa, ouvindo prioritariamente meninas dos 12 a 14 anos, estudantes de escolas públicas do Recife, Igarassu e Camaragibe, Na Trilha da Educação… aborda as desigualdades de gênero no ambiente escolar e norteia sua realização a partir da questão: como essas desigualdades se manifestam, como são percebidas por cada menina e o quanto impactam no acesso, permanência e qualidade da sua educação e vivência escolar? Articular uma ampla rede de atores políticos, como o sistema de garantia de direitos, gestores municipais, legislativos, conselhos de educação e trazer respostas em forma de políticas públicas: este é o projeto que faremos juntos!

Comemoramos a parceria com o Fundo Malala ao passo que olhamos com preocupação o cenário da educação no nosso país e, em específico, no nosso estado, as imensas desigualdades e discriminações educacionais que a pandemia fez ver, e por vezes agravou, se pensamos as infâncias, adolescências e juventudes vulnerabilizadas. Neste sentido, o fato de Paula Ferreira, com o Projeto Na Trilha da Educação. Gênero e Políticas Públicas para Meninas, passar a compor a Rede de Ativistas pela Educação do Fundo Malala, com outras/os ativistas e organizações sociais que a integram, nos coloca em uma perspectiva de atuação e intervenção pública coletiva – dimensão tão necessária frente ao contexto político e sanitário no qual estamos imersos. Frente ao nosso próprio processo histórico que ainda tem nos legado um presente de desigualdades e exclusões.

De fato é necessário dar as mãos, pensar juntos, agir coesos – mesmo que diversos em realidades sócio-políticas, territoriais, institucionais – para garantir os 12 anos de educação básica aos quais todas as crianças e adolescentes deveriam ter assegurados. No Brasil, em dados divulgados pelo próprio Fundo Malala, 1,5 milhão de meninas ainda estão fora da escola, sem educação por causa do racismo, exploração e pobreza. Em nosso estado, e em específico nos municípios nos quais atuaremos com o Projeto Na Trilha da Educação… dados desagrupados que registrem acesso e permanência de meninas, observando raça e etnia, quase nunca estão disponíveis/acessíveis.

Assim, pesquisar e compreender as atitudes, a amplitude e as estruturas que sustentam as desigualdades de gênero desde a infância e adolescência, para, de forma situada e estratégica, incidir em políticas públicas que as enfrentem, nos leva a reivindicar meninas como sujeitos de direitos, a falar, portanto, em direitos de meninas. E também nos leva ao espaço escolar.

Para Vera Orange, Coordenadora Geral do Cendhec, “é muito importante reconhecer o papel da Escola nas diferentes dimensões da vida de crianças e adolescentes, inclusive o papel protetivo, mas é importante também refletir sobre este espaço que, não sendo apartado da sociedade, pode reproduzir e reforçar desigualdades.”

Ao mesmo tempo, é também na escola, onde se podem criar possibilidades de reação e de enfrentamentos. “Uma força do Projeto na Trilha da Educação é fazer isso a partir da voz, e das reflexões e elaborações das próprias meninas sobre o que vivenciam e como vivenciam este espaço: o que as oprime, o que as fortalece. Ao pensarem a sua condição e poderem falar sobre ela nos dão suporte, e base, para transformarmos essas leituras em elementos que influenciem políticas públicas, e o Cendhec se coloca com muito compromisso nessa mediação e nesse fazer junto com as meninas” reforça a Coordenadora.

O coletivo que integra o Cendhec, saúda as instituições parceiras, apoiadas pelo Fundo Malala nos outros países, no Brasil e aqui no Recife e sua região metropolitana, e finaliza com o que nos diz Paula Ferreira: “a ausência ou a precária presença de políticas públicas em educação tornam vulneráveis as adolescentes. Diante desse cenário que se repete há anos acho bastante relevante fortalecê-las para que conheçam seus direitos e que possam criar uma rede de autoproteção. A discussão sobre gênero é fundamental para que rompamos com essa cultura excludente. “

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